segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Veracidade dos Fatos

Foi hoje... Me encontrava...Bom, na verdade, me encontro, nesse atual estado em que muitas pessoas ficam estagnadas e que provavelmente gostariam de estar no outro plano. Não digo da morte, embora alguns mais dramáticos o desejem também; não é o meu caso.

O ônibus lotado e com a carga pesada de vários passageiros querendo chegar o mais rápido possível no seu ponto crucial. Se for a parada de ônibus, tudo bem. Fica em aberto, porém, também o que for de importante que eles tiverem a fazer. Eu me encaixo na primeira descrição. O que difere, no entanto, é a sacada genial e ainda assim irônica dessa vida.

Uma olhada por cima e uma pessoa sentada. Eu como sempre fui devagar o bastante pra abdicar um assento. Pessoas se olham estranhamente. Eu e ela. Uma pessoa ao lado desce do ônibus. Um lugar vaga. A garota vai pro lado. Quem senta a seguir sou eu mesmo. Ok, talvez o meu desconforto também.

Eu sinto um ar de familiaridade. Desconforto se dá, nesse caso, porque ônibus não é meu lugar preferido, embora muito necessário. Mas é no momento que se dá a estranha sensação já presenciada. Um olhar tão parecido com o dela, por entre o reflexo porcamente nítido do vidro do ônibus. Pele com pele, perfume e uma similaridade com a outra... Mas seria possível? Ela na verdade era diferente. Era mais cheinha. Nariz menor que aquele dela. Cabelo? Mais curto também. Não sei porque me incomodou. Não que eu estivesse bravo; simplesmente aquela sensação de desconforto. Sabia que não era ela, mas ao mesmo tempo queria que a fosse. Se bem que já faz alguns anos... Enfim. Não foi o que era esperado e nem tão pouco deveria ter feito tanta diferença assim.

Melhor foi esses dias. Cena de outdoor de tragicomédia. Eu sentado sozinho e música tosca, mas bem propícia ao momento:

“Mr. Lonely”...

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