Os dois estavam conversando. Ele já não dava a mesma
importância que antes; ela notara a sutil diferença em sua voz:
“Mas afinal o que houve?”
“O que quer dizer com isso?” Perguntou o rapaz.
“Ora, você sabe... Vejo que você não é o mesmo. Você falava
com paixão. Era perceptível. Sinto falta disso em você. Por isso pergunto: o
que houve?”
“Bom... Eu sempre gostei de você. Aliás, devo concordar: era
perceptível. Mas você nunca pareceu se importar. Talvez fosse o seu jeito de
ser, mas sou o tipo de pessoa que não adivinha as coisas. Preciso vivenciar o
seu apreço, o seu gosto pela coisa. Sua indiferença me afasta cada vez mais de
você.”
“Mas eu sempre quis sair com você...”
“Ah, se as coisas fossem simples assim... Amigos saem. Não é
uma coisa de amor, sentimento. Eu... Eu tenho alguém agora. Sinto saudade de
você, mas a saudade passa. O amor, não. Esse é o sentimento que vivo agora.
Espero que você também encontre.”
Ele seguiu em frente. Ela viu seu passado se definhar, e
teve que buscar um novo propósito. Ambos tiveram um final feliz; por caminhos
totalmente opostos.
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