quarta-feira, 10 de março de 2010

Diário de Viagem II

Yeah pessoal, eis a segunda parte da viagem... Prometo, essa é a final mesmo.
Sem mais delongas:

ESCÓCIA/EDINBURGH
Ok, Escócia... Ela é de tirar o fôlego. Foi de fato o único dos países em que realmente conhecemos mais de um lugar (já que ficamos na capital no primeiro dia e depois visitamos o “interior”, digamos assim).
A chegada lá foi embasbacante: montanhas ao fundo, com direito a filetes de neve; campos verdes; ovelhinhas pastando, e tudo isso com um sol radiante no céu.
Edinburgh por si só é uma cidade fantástica: nada de prédios exageradamente modernos; construções bonitas e uma riqueza de detalhes em cada canto. Há uma grande rua principal, sendo que abaixo dela você tem uma praça cheia de árvores e grama perfeita; e, de qualquer lugar em que você esteja nessa grande rua, você vê lá na parte mais elevada da cidade o Castelo de Edinburgh. MUITO foda, você se sente num lugar fantasioso.
Devo dizer que o fato de ter presenciado um típico escocês (leia-se: vestido com o saiote, boina, com o cantil de uísque na cintura) tocando música típica de lá na sua gaita de foles foi algo muito legal. Como bom turista, eu obviamente tinha uma pré-concepção das coisas. Exemplo: imaginava Veneza com italianos gordinhos de bigodes, gesticulando pra caramba, enquanto passavam gondoleiros cantando músicas típicas da Itália, em seus acordeões. Mas não foi bem isso que vi lá, então foi uma pseudodecepção.
Na Escócia foi beeem pelo contrário. Foi praticamente a realização de algo que até então só estava na minha cabeça. Quase como se eu fosse diretor de um filme e depois ficasse satisfeito em ter visto a obra pronta. Enfim, só tenho a dizer coisas excelentes desse país. Maravilhoso mesmo.
A visita ao Castelo vale a pena. É difícil você ver isso no Brasil, então é importante acompanhar, tendo essa chance de presenciar de perto tamanha arquitetura de respeito como o Castelo de Edinburgh.
É outro país que tem como moeda a libra (pounds/£), mas ainda assim tem coisas mais baratas que na Inglaterra.
Lá também tem o pub crawl, que dessa vez não perdi a chance de ir. Cervejinha de graça até uma meia hora (ou menos, não lembro exatamente, mas era um tempo acessível de bebida “de grátis”), depois andamos pros outros barzinhos, onde shots, descontos e baladinhas mais-ou-menos nos esperavam. Nem preciso dizer que o melhor foram as bebidas. Conhecemos alguns brasileiros (sem muita novidade nisso, brasileiro tá em todo lugar), que nos acompanharam no “rastejamento” de pub em pub.
Lá teve uma bebida que preparam que foi show de assistir: primeiro, encheram vários (mas vááários mesmo) copos de energéticos, fazendo duas fileirinhas. Depois, entre esses copos, colocaram uns copinhos menores de jägermeister (que é um digestivo alcoólico, lembrando muito o gosto de Biotônico Fontoura, exceto pela queimação estomacal que acontece depois de ingeri-lo). Enquanto todo mundo desesperado por bebidas em desconto ficavam apreensivos por não poderem pegar os seus respectivos copos, uma menina confusa perguntou aos carinhas do bar o que afinal estava acontecendo. Nisso, o nosso guia pediu pra que ela desse um peteleco num dos copinhos de jägermeister. No que ela deu o primeiro peteleco, todos os outros copinhos seguiram fazendo uma espécie de efeito dominó, enquanto caíam no copo maior. E o povo foi ao delírio! Bom, pelo menos eu fui. Ainda acho que deviam ter gravado. Foi o efeito dominó mais massa que já presenciei até hoje. Depois de voltarmos dessa grande curtição dos pubs, voltamos pro hotel, e não muito tempo depois tivemos que sair rapidinho pra pegarmos o ônibus da excursão para o Lago Ness.
O investimento com a excursão vale a pena. Pegamos um guia muito legal, engraçado e bem informado, que ainda deixava a gente curtir uma música e outra (escocesas, é claro) durante a ida até o Lago.
Você pega a parte das highlands (terras altas) da Escócia, que é um lugar maravilhoso. Muitos vales, campos imensos, natureza vibrante e lagos correndo ao passo que você anda por aquelas estradas. É fora de sério.
O Lago Ness é bem grande, mas não é aconselhado pegar um navio caso você não tenha taanto tempo (ficar andando dentro de um lago negro e extenso pode ser uma experiência meio monótona- mesmo porque, vou ter que estragar a surpresa, NÃO há o monstro, a não ser a pequena Nessi feita de arames no começo do lago;embora você sempre possa tentar contar com a sorte). Tem um restaurante legal por lá e um mercadinho com mais algumas tranqueiras de turistas para comprar. Tô dizendo, Escócia é “O” país.

HOLANDA/AMSTERDÃ
Loucura, loucura, loucura. Eu sempre tinha ouvido falar de uma cidade na Europa em que a maconha era liberada e que haviam mulheres a serem “compradas” em vitrines, mas eu nunca prestava a atenção pra saber que era uma cidade holandesa, e mais, a CAPITAL desse país. Mas, enfim, alienações minhas à parte: a cidade é um acúmulo de absurdos.
Pra começo de conversa, estávamos nós instalados na rua da Luz Vermelha, ou seja, no pico MASTER da putaria e liberação da maconha. O hotel em si já representava aquele lugar: corredores estreitos, escadas e portas em uma bagunça generalizada que te levariam ao quarto errado em questão de segundos de desatenção, portas com temáticas de filmes de ação e tiro... Mucho loco, mas até que era legal.
O que a cidade teve a nos oferecer? Dentre outras coisas: o museu do sexo (sim, detalhes estarrecedores de algumas das atrações lá dentro seriam o suficiente para fazer você, leitor, “se retorcer o pâncreas” de tamanha incoveniência; mas tem coisas engraçadas como a bunda-com olhos-numa das paredes da escada que solta pum quando você passa, ri e depois dá uma piscadinha), cabines de peep-show (cabines em que você paga uma quantia para ver por determinado tempo uma das “atrações” disponíveis, se é que me entendem), barzinhos com space cakes(os famosos bolinhos de chocolate com maconha... não, eu não comi), balada de gelo (sim, havia um barzinho com uma área interna em que baixavam bastante a temperatura e a maioria das coisas se mantinham com gelo; você ganha casacos e luvas, além de moedas pra gastar com 2 bebidas na parte de dentro- até os copos eram de gelo!!), mulheres em vitrines (não chegamos a aproveitar os “serviços”, e ouvimos histórias bizarras de prostitutas que agiam de forma peculiar com quem tentasse tirar fotos delas nas ruas- ou elas saem correndo atrás de você para quebrar sua câmera, ou jogam um copo com urina), enfim, muita excentricidade e diversidade num lugar só.
Momento tenso: o tão falado barzinho com mulheres dançando no mastro. Além do trio-parada-dura, estavam mais uma amiga nossa (que também estava na em Viena, nos encontrou em Amsterdã e depois de novo em Viena), e três brasileiros (uma guria de São Paulo, o irmão dela e a namorada dele) legais que felizmente dividiram o quarto com a gente no hotel bizarro.
Intrigados pelo falatório de muitas pessoas (leiam-se: palpiteiros) sobre esses barzinhos, achamos que a ida a Amsterdã não teria valido a pena se não tivéssemos passado por esse bar um tanto exótico, pra não dizer outra coisa.
Achamos um, meio duvidoso (mas o que não era duvidoso numa cidade como aquela, né não?) nos fundos de uma ruela estreita onde tinha uma movimentação gigantesca.
Entramos depois de dar ao salafrário cobrador a quantia de 5 euros pra entrar na “espelunca da perdição”. Bom, o quadro depressivo era esse: um barzinho não muito grande em tons de vermelho e amarelo (aquela luzinha vagabunda que o cafetão do lugar provavelmente não conseguiu pagar e dando a desculpa de “luz ambiente”), com duas, e somente duas, mulheres-dançarinas-no-mastro. Uma era uma mulher no bagaço da laranja, nos seu 37 pra 40 anos, com um corpo meio roliço e flácido, achando que tava arrombando em cima do balcão, e uma magrela com uma tatuagem na barriga que mais parecia uma ervilha esmagada acima do umbigo. Atrás do balcão estava uma mulher nada simpática, também gorda, com os peitões de vaca leiteira para fora e enfeitados por piercings em cada um dos mamilos. Num tom tão “simpático” quanto sua aparência, a mulher disse que se nós não consumíssemos alguma coisa estaríamos fora do bar em pouco tempo. Decidi pegar então alguma coisa pra beber enquanto a gente decidia se ficava mais um pouco, mesmo que fosse notável a repulsa nos olhos de cada um dos amigos que estavam junto comigo. Depois de ingerir a pior cerveja e ainda por cima quente que tinha bebido em toda a Europa, saímos com uma decepção e a sensação de roubo pelo cobrador do local.
No fim rimos e concluímos que pelo menos seria uma história boa pra ficar na lembrança. E tínhamos razão.
Só pra não dizer que a cidade não tem seus momentos sadios e tranqüilos, alugamos umas bicicletas e saímos rodando pela cidade, visitando vários pontos legais em pouco tempo. A cidade realmente não se resume somente a rua da Luz Vermelha, então dá pra aproveitar muita coisa legal também em Amsterdã. Só não se importe muito com a péssima arquitetura de lá (os prédios são visivelmente tortos). Alem disso, visitamos o Museu do Van Gogh e comemos no Hard Rock Café. Com certeza, é uma cidade bem indicada para pessoas que querem descontrair e viver aventuras bizarras.

REPÚBLICA TCHECA/PRAGA
Eu não sei se foi pelo fato de termos visitado uma cidade tão maluca antes de ir pra Praga, mas a capital da República Tcheca é estranhamente silenciosa. A boa educação do trânsito lá é impressionante: botasse os pés na faixa de pedestres, ou até mesmo na rua, os carros realmente param pra você poder passar. Foi uma coisa realmente impressionante para um manezinho da ilha como eu que quando vai nas ruas de floripa ta sempre atento com o olho e com o pé preparado pra correr a toda velocidade antes que o carro venha em cima de mim.
Pois bem, lá isso deve ser MUITO difícil de acontecer.
Possivelmente o mais estranho de se acostumar é com a moeda de lá, a coroa tcheca (Kč), que não possui algo similar aos centavos ou cents, e geralmente as coisas cobradas possuem números grandes. Mas isso não é problema porque na verdade esse dinheiro é meio desvalorizado, e lá acabou sendo um dos lugares mais baratos que a gente foi.
A cidade é bem bonitinha, tem lugares que você olha de cima e lembra muito cidades que você viu em um desenho animado infantil que se passe na neve.
Lá, pelo menos quando fomos, tinha um museu de brinquedos perto de um castelo famoso na região; a famosa ponte onde dizem ter sempre os vendedores de marionetes (embora não tenhamos visto nenhum por lá) e o teatro negro, onde fica o cenário todo escuro e somente os artistas vestem roupas coloridas propositalmente para formar várias figuras em meio as telas ao fundo pretas. É bem legal, embora seja melhor ver a programação certa para assistir as que não misturam encenações teatrais com a idéia criativa do teatro negro (é que na verdade assistimos um que misturava a idéia do teatro negro e um teatro mudo, que era bem ruinzinho). Lá também tem pub crawl, ou senão uma boate onde há 5 andares de pista de dança, cada um com um estilo de música específico. Infelizmente não aproveitamos (devido ao cansaço das outras viagens), mas fica a dica pra quem for lá!


ÁUSTRIA/VIENA- 2ª SEMANA
Nossa, nossa volta a velha casinha confortável em Viena. Nada se compara a um lugar fixo pra poder dormir e descansar.
O problema é que nessa segunda semana que passamos lá, descanso não foi o que a gente teve, com certeza. Mas foi bom porque realmente aproveitamos muito lá nessa outra semana.
Visitamos o bosque de Viena, que estava coberto de neve, mas ainda assim igualmente bonito: o cenário de inverno dessa cidade tem muita beleza mesmo. É incrível como a neve pode ser tão bonita. Bom, várias vezes em Viena nós presenciamos neve. A freqüência era bastante até.
Nós fizemos de tudo depois disso: jogamos vôlei na areia (num ginásio fechado, obviamente), andamos de patins no gelo, andamos de snowboard (quer dizer, eu ficava CAINDO de snowboard o tempo todo), participamos do baile (bem famoso lá em Viena: as pessoas se reúnem em salões, homens de terno e mulheres de vestido, usando máscaras e a noite se resume a muita diversão e danças inventadas por um cara no palco) e até fizemos coxinhas pro pessoal de lá provar!
É certo que no fim ficou mais parecido com um bolinho de batata com frango por dentro do que uma coxinha propriamente dita, mas deu pra quebrar o galho.
No fim, estávamos mortos de cansados e com saudades de casa, mas não nos arrependemos de ter tido a oportunidade de ter feito essa grandiosa viagem.
Muito agradecido por quem fez parte dessa viagem e às pessoas que lerem esse post.
Esse foi o diário da grande viagem! E que venham as próximas...
Hahaha!
Abraços à todos!

Um comentário:

Rinah disse...

meu deuuus. ri mto com essa segunda parte tbm! fiquei imaginando suas caras em amsterdã! xD~
hushasuausauhsuahs
q bom q aproveitasse tantoooo.
adorei o baile q vc foi por ultimo
*-*

viajens assim mudam a gente para sempre.