Na primeira noite você já me tinha. Me conquistasse com o
teu jeito maroto, teu carinho incondicional e teu toque. A semana se estendeu
da mesma forma, praticamente nos mesmos moldes, embora apenas por mensagens e
umas poucas ligações.
Aí viesse em mais um fim de semana. Querias vir pra Floripa
pra encontrar teus amigos, mas me ver também. Repetia que queria me levar pra
onde você fosse. Então ao invés de ficar aqui em casa, você vai pra Biguaçu.
Convido você e o amigo em comum para dar uma caminhada, e crias um impedimento
para a gente se ver; veríamos-nos apenas no combinado anteriormente.
Quando se gosta de alguém, não criamos empecilhos, mas, sim,
abrimos oportunidades.
A noite não tinha mais sido a mesma; divertida, mas não
apaixonante. Sim, nosso amigo estava lá, é chato fazer vela para os outros, mas
até quando ele estava ocupado não aproveitamos o mesmo que da outra vez. Voltas
para a tua cidade, e tal a qual a extensão de terra que nos separa, você fica
distante.
Eu ainda te escrevia apaixonado, com textos grandes e
demonstrando ainda minha admiração por ti. Você apenas respondia, como se
apenas continuasse a conversa, sem acrescentar nada mais.
Não havia mais diálogo, davas a entender que eu tinha pressa
demais, e tudo o que eu sentia era uma jogatina de sentimentos para ver se eu
corria atrás de você. Com muita raiva e mágoa, me submeti a esse jogo, do qual
já me cansei há anos.
Deu a entender em uma de nossas conversas que só me procuravas
quando estavas carente, e eu pensando em você todas as horas do dia. Você não
usou essas exatas palavras, mas ler nas entrelinhas, às vezes, torna-se
inevitável.
Aliás, criei muitas
distrações para tentar reduzir sua imagem em minha mente, mas ela voltava como
a neblina da manhã.
Eu não podia te esperar pra sempre. Eu não podia ficar na
prateleira esperando que você se lembrasse de mim.
Ainda releio nossas conversas e penso como é triste eu ter
sido tão precipitado... É muita mágoa pensar que botei pra fora tudo o que eu
sentia, com uma honestidade gigante do meu coração, e que em apenas uma semana
consegui te fazer desencantar de mim.
Se morássemos na mesma cidade, a falta de um dia de conversa
talvez realmente não fizesse a diferença... Mas as horas de distância entre nós
apenas apetecia a saudade que me consumia. Ficar sem falar com você por um dia
é terrivelmente doloroso e sofrido. Não me fazia bem. Por mais que você
preencha toda a perfeição que procuro em alguém.
Mas a vida tem dessas coisas...
Havia uma pessoa que estava disposta ao carinho que sempre
procurei, e que infelizmente experimentei de uma pouca dose por sua parte ao
vivo.
Espero que sejamos bons amigos. Meu carinho por ti não
sumiu. Ele infelizmente teve que acompanhar as mudanças..."